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Literatura Catarinense: Uma provocação per si

Realizada durante a 2ª Maratona Cultural de Florianópolis, a mesa “Provocações sobre a Literatura produzida em Santa Catarina” atraiu cerca de 15 pessoas à Fundação Cultural Badesc em uma manhã de domingo ensolarado da capital catarinense. Dadas as circunstâncias, foi um sucesso de público.

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A primeira questão tratada foi a inevitável “existe uma literatura catarinense?”. Esta literatura seria a produção desenvolvida em Santa Catarina ou o que é produzido por escritores viventes no estado possui identidade suficiente para ser tratada como tal?

Além do dilema existencial, Fábio Brüggemann, Joca Wolff e Fifo Lima (não necessariamente nesta ordem) elencaram a falta de mecanismos de distribuição e a falta de uma entidade forte, que lute por políticas públicas na área (com como acontece no teatro e no cinema) como os principais entraves para a consolidação de uma literatura catarinense.

Dennis Radünz questionou a necessidade tanto de uma identidade quanto de reconhecimento, propondo discutir a “literatura em si”, enfatizando as possibilidades que o meio digital oferece, principalmente para a poesia, “que possui como fronteira apenas o idioma”. Victor da Rosa concordou, destacando que a “internet é onde a coisas estão acontecendo”.

Na visão dos mais empolgados com a rede, a distribuição e divulgação está se resolvendo com a cultura digital, afinal, ter mais seguidores no twitter do que a média de tiragem nacional não deixa de ser um dado entusiasmante. Estes seguidores são potencialmente leitores dispostos a baixar livros, curtir poesias no facebook e, quem sabe, pagar pela versão impressa da publicação.

O que está em cheque, segundo os menos otimistas, é a qualidade deste conteúdo em tempos de “democracia publicitária”, definida por Joca Wolff . “Se tem uma coisa que morreu definitivamente foi a crítica”, decreta Fábio Brüggemann, no que Dennis Radünz festeja: “que bom”.

Brüggemann defende a produção de crítica como um mecanismo de fomento do debate. É neste ponto que o consenso acontece: a necessidade de espaço contínuo de debate, na rede e fora dela.

O encontro contou com a presença da Presidente do Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina, Mery Garcia, que também abordou sobre a questão da distribuição. Segundo Mery, a Lei nº 8759, conhecida como “Lei Grando”, estabelece a obrigatoriedade da aquisição de livros de autores catarinenses pelo governo do Estado para distribuir em bibliotecas públicas municipais. Criada em 1992 e regulamentada em 1996, a lei faz com que os livros sejam “apenas distribuídos, mas não compreendidos”, problematizou Mery. A Presidente do Conselho ainda frisou a necessidade de ações complementares de formação como sendo fundamentais para o processo de difusão da literatura catarinense.

A iniciativa privada está dando bons exemplos de projetos que promovem a circulação de autores pelo estado e despertam o interesse pela escrita nos alunos da rede pública de ensino. Fábio Brüggemann citou o projeto Encontro Marcado da Unimed, que promove encontros com o escritores e realiza mostras de trabalhos de alunos a partir da leitura de textos. Dennis Radünz lembrou do Curso de Formação de Escritores promovido pelo SESC. Segundo Dennism o curso registrou cerca de 500 novos autores em todo o estado de Santa Catarina.

Por mais que tentassem se manter no assunto “literatura em si”, a questão da mídia retornava a cada momento na pauta dos escritores. A total falta de espaço na imprensa comercial local e os seus gargalos geográficos da imprensa nacional foram relacionados várias vezes entre os obstáculos tanto do fortalecimento da literatura em Santa Catarina quanto no Brasil.

Victor da Rosa encerrou o assunto sob uma perspectiva alternativa. Lembrando da atenção que a indústria do entretenimento dispensa ao cinema e a música, disparou: “Que bom que a mídia não dá atenção para a literatura!”.

Levando em conta o cenário atual, talvez as literaturas catarinense e brasileira não estejam em uma situação tão ruim. Já imaginou o Salim Miguel e o Rubem Fonseca tendo que participar da dança dos artistas?

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Volta tragicômica

O Sarcástico volta à ativa, mais uma vez, no dia em que Florianópolis faz aniversário e Chico Anysio deixa a vida. Uma coincidência estranha, simbólica e triste, mas fundamental!

Ato na Ponta do Coral

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I Concurso de vídeo ateu

O bar espanhol El Jergón está organizando um festival audiovisual apara promover a cultura livre e a reflexão sobre a religião na sociedade. Para participar basta enviar o vídeo com a temática atéia com título do trabalho, nome, telefone, e-mail e outras informações (como o site onde vídeo está publicado) para a caixa postal El Jergón – C / Cuesta Realejo nº 10 – 18009 Granada – Espanha.

O evento pretende ser uma plataforma para atividades paralelas como palestras, exposições, e concertos. Para realizar uma atividade integrada, o e-mail para contato é concursovideoateo[@]gmail.com.

As inscrições estavam previstas para o dia 23 de março, segundo a nota divulgada pela Agência de Notícias Anarquistas – ANA, mas a data limite no cartaz publicado no blog dos caras é o dia 30. Provavelmente as inscrições foram prorrogadas.

O festival vai premiar com 500 euros o vencedor do concurso. Poderiam trazer a idéia para o Brasil hein?

Regulamento:

1º Realizar um só vídeo.
2º Duração máxima de 20 minutos.
3º Tema relacionado ao ateísmo.
4º Técnica livre (ficção, documentário, experimental, etc. feito com qualquer tipo de tecnologia).
5º Áudio em castelhano ou legendado (se em outro idioma).
6º Suporte do trabalho: CD ou DVD.
7º Entrega ou inscrição no dia 23 de marco de 2012.
8º Exibição pública em 31 de março de 2012.

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